quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Capas de biela DCI da Renault

 O alargamento dos intervalos de manutenção no automóvel forçou à restruturação da sua manutenção. Alguns componentes que até então eram substituídos em intervenções de reparação, passaram a fazer parte da manutenção. Mais uma vez aproveito estas linhas para ajudar a corrigir problemas nos motores DCI. Quando a Renault pensou em construir os apoios ao movimento nestes célebres motores, nomeadamente entre os elementos da cambota e as respetivas bielas, esqueceu-se duma regra básica na mecânica nunca até então descurada pela maior parte dos fabricantes, apesar de muitas variantes terem sido testadas nesta matéria. Esta regra básica diz que entre dois componentes mecânicos em movimento deve existir sempre um terceiro elemento com a função de facilitar a acção, contornando problemas de aquecimento e gripagem. Os apoios de biela são talvez no motor, os componentes mais sacrificados para que se consiga ter movimento na cambota. No desempenho das suas funções sofrem ciclicamente esforços de compressão e pancada, trabalhando mutas vezes no limite das suas capacidades mecânicas. Estas peças conhecidas por capas de biela, foram evoluindo ao longo do tempo, sendo a sua forma inicial uma chapa de ferro côncava, onde o mecânico vertia estanho no estado líquido e ajustava com o rascador à cambota. Esta operação que durava horas foi simplificada com a entrada em comercialização das peças de substituição. A regra básica estava lá ou seja, o movimento acontecia entre a face estanhada e a cambota de ferro. Para assegurar que não havia movimento entre a face exterior da capa e a biela, eram abertas unhas de retenção entre os conjuntos e as bielas. Durante mais de cem anos construíram-se motores com capas de apoio fixas nas bielas. Os problemáticos motores DCI não possuem fixação das capas nas bielas, passando estas ainda com pouco desgaste a rodarem nos orifícios das bielas destruindo-se rapidamente. Estes componentes que até então eram substituídos em intervenções de reparação passaram forçosamente a fazer parte da manutenção. Para reverter esta incómoda e dispendiosa manutenção, aconselhamos a que as bielas e as capas antes de serem montadas visitem uma oficina de torneiro, para que sejam abertas unhas que fixarão os conjuntos invertendo assim, um processo que se agrava com o passar dos quilómetros.              
 
 
 
          

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